Retro Análise: Kuru Kuru Kururin para GBA


Título: Kuru Kuru Kururin
Estilo: Puzzle
Plataforma: Game Boy Advance
Data de lançamento europeu: 22 de Junho de 2001
Produtora: Eighteen
Editora: Nintendo

Existem inúmeros títulos interessantes, espalhados pelas diversas consolas antigas, que acabam por ficar esquecidos com o tempo, sobretudo quando se tratam de títulos que fogem aos estilos convencionais e não conseguem deixar a sua marca na história dos videojogos. Kuru Kuru Kururin é, sem dúvida, um desses exemplos. Provavelmente, muitos se recordarão do seu nome engraçado (que curiosamente não foi alterado em relação ao original japonês) pelo facto de se ter estreado na mesma altura em que o Game Boy Advance chegou à Europa, em Junho de 2001, sendo por isso um dos títulos do catálogo de lançamento da consola.


 A capa da versão PAL australiana, inspirada na original japonesa  (dir.),
 não só é mais bonita que a europeia (esq.) como ilustra o protagonista
 principal do jogo na sua nave 'stick' e os seus irmãos.

Kuru Kuru Kururin é 'puzzler' muito curioso, original e divertido, que nos conta uma história muito simples e infantil: certo dia, Kururin apercebe-se que os seus irmãos desapareceram e decide iniciar uma aventura à sua procura. Usando uma nave especial em forma de 'stick' giratório (que na verdade se chama de 'helicopter', embora esteja bastante afastado do veículo real que conhecemos com esse nome), o jogador terá de guiar Kururin ao longo dos níveis labirínticos, evitando tocar nos obstáculos e nas paredes. Temos 3 pontos de vida, que decrescem a cada embate com os obstáculos.


Cada vez que atingimos um obstáculo, 
perdemos um ponto de vida e 3 segundos de tempo.

A tarefa é principalmente complicada pelo facto de o stick que controlamos girar sempre a uma velocidade constante, o que nos obriga a utilizar a nossa destreza para coordenar os movimentos com a velocidade de rotação ao longo dos labirintos. Os obstáculos vão sendo cada vez mais complexos à medida que os níveis vão crescendo de dimensão e de dificuldade. Para nos ajudar na complicada tarefa, ao longo dos níveis encontramos diversas molas que nos permitem inverter o sentido de rotação do stick, áreas de repouso onde podemos parar para pensar sem receio de embater nalgum obstáculo e áreas em forma de coração, onde os pontos de vida perdidos até ao momento se regeneram automaticamente.


 Esquerda: A área oval no centro do espaço mais aberto representa uma zona de repouso 
onde podemos pousar sem receio de acertar nos obstáculos ou laterais. 
Direita: a zona em forma de coração permite recuperar os pontos de vida perdidos 

O jogo dispõe de dois níveis de dificuldade - Easy e Normal - onde a principal diferença reside na dimensão do stick. No modo Easy, o stick tem metade da dimensão, o que aumenta significativamente a margem de erro, tornando o jogo bastante mais fácil. O principal modo do jogo é o Adventure, constituído por um cenário de treino com 5 níveis e 10 cenários de jogo diferentes, cada um com 3 níveis para ultrapassar.   No total, o modo Adventure tem 30 labirintos que proporcionam um bom desafio e excelentes momentos de diversão. Espalhados num nível de cada cenário, podemos encontrar os irmãos de Kururin, assim como itens de customização para o nosso 'helicopter', que podem ser utilizados no modo Make Up. O modo Challenge apresenta-nos 11 níveis diferentes com um total de 55 pequenos labirintos que aumentam ligeiramente a longevidade do jogo. Já o modo Versus permite jogar com outros jogadores. No entanto, apesar da variedade de níveis, é um jogo que oferecia todas as possibilidades para ser mais extenso o acabando por se tornar num título curto e relativamente limitado mas, ainda assim, muito divertido.


 Com o progredir do jogo, os labirintos tornam-se mais complexos e os obstáculos mais difíceis de evitar.

Os gráficos simplistas em 2D revelam-nos cenários coloridos e animados, perfeitos para o estilo do jogo em questão. Os labirintos estão bem montados e o grau de dificuldade aumenta de forma regular, proporcionando uma experiência agradável a qualquer jogador. Os níveis mais avançados tornam-se menos lineares e permitem-nos optar por seguir vários caminhos diferentes, uns mais simples do que outros, até encontrarmos a saída.

Apesar de dispor de uma excelente jogabilidade e de ser um jogo original capaz de entreter qualquer jogador causal ou amante de puzzles, Kuru Kuru Kururin é um jogo que 'sabe a pouco'. Embora o modo principal  tenha cerca de 30 níveis, muitos dos níveis iniciais completam-se em apenas alguns segundos e a sua longevidade acaba por ser reduzida. Depois de nos habituarmos ao estilo da jogabilidade, o jogo acaba por se tornar fácil e apenas alguns dos labirintos mais avançados é que se revelam um desafio. Apesar de tudo, pela sua qualidade, originalidade e excelentes momentos de diversão que proporciona, é um título que merece estar em qualquer colecção de jogos de Game Boy Advance.

Pedro Dias

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Author: Pedro Dias
Coleccionador 'hardcore' e aficcionado por videojogos :)

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